domingo, 30 de maio de 2010

A Biblioteca de Dona Baratinha



A biblioteca da Dona Baratinha ...


O sonho de uma biblioteca não é um sonhozinho qualquer.
É um sonho daqueles bem grandes, sonho de amor, sonho que a gente nutre, algumas vezes, uma vida inteira... E se um dia ele vem a se realizar, o sonhador, ou sonhadora, é só emoção e alegria.

Eny Oliveira de Souza, a contadora de história de 75 anos de idade, é uma dessas sonhadoras de uma vida inteira.
“Dona Baratinha” tanto pediu, tanto cantou, tanto esperou, tanto sonhou com um espaço adequado para a leitura prazerosa dos alunos da Escola Municipal João Carlos Batista, que mesmo aposentada não deixou de sonhar e acreditar.

Como professora trabalhou, e continua trabalhando agora como contadora de história, em prol de uma educação de qualidade e igualdade onde crianças e jovens tenham acesso à leitura e um espaço adequado para o ato de ler.

Sabemos que as escolas públicas em nosso país são freqüentadas por crianças e jovens desfavorecidos, que vem de famílias sem condições financeiras para investir nesse objeto de transformação poderoso que é o livro. E eventualmente quando sobra um trocadinho, o livro quase nunca é lembrado como presente para os filhos. Como se esse mundo não fossem para eles, e isso, trata-se de uma proibição social histórica em nosso país. São muitos os obstáculos para chegar um livro na mão de uma criança pobre. E a ausência física de livros e uma grande desvantagem na vida de uma criança, de um jovem, de um cidadão.

Eny, é uma dessas tantas que acredita na força de transformação da leitura.
Ela sabe que nesse objeto pequenino que chamamos livro, cabem todos os universos.

Valeu e vale a pena acreditar e sonhar, pois dia 29 de Maio de 2010 foi inaugurada a biblioteca da Escola João Carlos Batista, que leva o nome da integrante do grupo Ayvu Rapyta: Eny Oliveira de Souza, a nossa muito querida e estimada “Dona Baratinha”.

Agora Dona Baratinha muito faceira, mudou até o rumo de sua história. Depois de despachar todos os pretendentes que não gostavam de ler, ela ainda bateu o pé, digo, as perninhas, e só casa com o Dom Ratão se o casamento acontecer em uma biblioteca e também se ele prometer levar um livro toda semana pra casa. Será que esse amor vai ser selado por um livro???

CléaPalha

terça-feira, 21 de abril de 2009

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